sábado, 23 de abril de 2011

Passam dos 110 os mortos na Síria, dizem manifestantes.


Pelo menos 112 pessoas morreram vítimas de disparos das forças de segurança contra milhares de manifestantes contrários ao regime que foram às ruas nesta sexta-feira (22) na Síria, segundo novo balanço divulgado na madrugada deste sábado (23) por entidades de defesa de direitos humanos que organizaram os protestos em várias cidades do país.
O dado foi apresentado pelo grupo The Syrian Revolution em seu site da rede social Facebook, onde se inclui a identidade das vítimas fatais.
Trata-se de um dos dias mais sangrentos após o início do movimento de revolta sem precedentes no país desde 15 de março.
As mortes ocorreram em vários locais, desde a cidade portuária de Latakia até Homs, Hama, Damasco (a capital) e Izra'a, no sul.
Mais cedo, o Comitê de Direitos Humanos da Síria, baseado em Londres, falou em 88 mortos e centenas de feridos. Outros ativistas deram números semelhantes.
A Casa Branca voltou a pedir o fim da violência e que o regime do presidente Bashar al Assad, alvo de protestos desde 15 de março, implemente as reformas prometidas. A França também protestou contra a violência do governo na repressão aos protestos.
A suspensão na quinta-feira (21), por parte do presidente, do estado de emergência, em vigor desde 1963, não impediu a grande mobilização desta sexta. Dezenas de milhares de manifestantes em Homs, 10 mil em Deraa, pelo menos 5 mil em Qamishli (noreste) e milhares em Duma, perto de Damasco, segundo testemunhas.
Pelo menos 14 pessoas morreram na localidade de Ezreh, na província de Deraa (ao sul de Damasco), epicentro dos protestos contra o regime de Bashar al Assad lançados em 15 de março, informaram testemunhas. Uma décima quinta vítima morreu em Hirak, também na província de Deraa.
Outras nove morreram em Duma, a 15 km ao norte de Damasco, segundo as fontes.
Duas pessoas morreram em Barzeh, uma em Harasta e três em Maadamiya, localidades da periferia de Damasco, completaram as testemunhas.
Mais duas pessoas morreram em Hama, 210 km ao norte de Damasco, duas em Latakia, o principal porto do país localizado a 350 km a noroeste de Damasco, e quatro na cidade de Homs (centro).
Além disso, várias dezenas de pessoas ficaram feridas por disparos das forças da ordem.
Segundo o militante dos direitos humanos, Nauar Al Omar, a força pública abriu fogo em Homs "para dispersar três grupos de manifestantes que se dirigiam à praça central".
Em Banias, nordeste da Síria, 10 mil pessoas protestavam, informou um dignitário religioso da cidade, ouvido por telefone.
Os manifestantes, entre eles árabes, curdos e cristãos siríacos, afluíam à mesquita Qasmo, agitando bandeiras sírias.
Alguns levavam faixas com os dizeres: "árabes, siríacos e curdos contra a corrupção".
Outros gritavam em língua curda "liberdade, fraternidade".
O presidente sírio promulgou na quinta-feira o decreto que suspende o estado de emergência, em vigor desde 1963. Os opositores consideraram a medida insuficiente.

Fonte: G1